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sitio do pica pau amarelo
escultura dos personagens do sitio do pica pau amarelo em barro
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TAUBATÉ

Poucas cidades paulistas tiveram tão importante atuação nos acontecimentos históricos nacionais quanto Taubaté.
Fundada pelo sertanista Capitão Jacques Félix, por volta de 1640, Taubaté foi o primeiro núcleo de povoamento oficialmente formado no vale do rio Paraíba do Sul, cuja extensão, em seu segmento paulista, estende-se desde Arujá até Bananal, ou seguindo-se o próprio curso do rio, desde Guararemo até Queluz.
Localizado nas terras da Capitania de Itanhaém, cuja donatária, Dona Mariana de Souza Guerra, Condessa de Vimieiro, era neta e herdeira de Martim Afonso de Souza, o Vale do Paraíba, até o surgimento de Taubaté só era ocupado por grupos indígenas, entre eles os Puri, os Jeromini e os Guainá, os primitivos habitantes da região valeparaibana.
Conhecido morador da Vila de São Paulo dos Campos de Piratininga, onde tinha grande prestígio, Jacques Félix foi incumbido de representar os interesses da condessa donatária, fundando um povoado no interior da Capitania de Itanhaém, em local previamente escolhido e, a partir desse “posto avançado”, expandir o povoamento a toda a região valeparaibana.
Para alcançar seu objetivo, Jacques Félix precisou da ajuda de muitas famílias que atenderam ao seu chamado, transferindo-se de São Paulo para o recém-fundado povoado de São Francisco das Chagas de Taubaté.
O nome Taubaté corresponde a uma variação do vocábulo “taba-ibaté”, que na língua tupi significa “aldeia que fica no alto”, em referência à aldeia Guaianá que na época da fundação do povoado, localizava-se no alto da colina do atual Cristo Redentor.
As primeiras famílias de povoadores de Taubaté deram origem aos troncos das mais antigas famílias locais: Albernaz, Barreto, Barros, Bueno, Cabral, Costa, Corrêa, Cunha, Dias, Escobar, Fernandes, Freire, Freitas, Gil, Góes, Gomes, Leme, Maia, Macedo, Medeiros, Mendonça, Pedroso, Pereira, Pimenta, Raposo, Rodrigues, Silveira, Siqueira, Teixeira, Toledo, Veiga, Vieira, e outras; a partir dessa época – meados do século XVII – Taubaté tornou-se ponto de partida para o povoamento do Vale do Paraíba.
Por provisão datada de 5 de dezembro de 1645, Taubaté tornou-se oficialmente vila, com a denominação de Vila de São Francisco das Chagas de Taubaté, tendo sido o primeiro povoado do Vale do Paraíba a alcançar esta posição. Para isso, Taubaté já deveria possuir Igreja Matriz, Câmara e Cadeia Pública, além de moinhos de farinha e engenhos de açúcar, melhoramentos considerados indispensáveis pelo governo português para que um povoado pudesse se tornar vila.
Ainda no século XVII, Taubaté destacou-se na História Nacional como importante centro de atividades bandeiristas; de Taubaté partiram muitos bandeirantes: Antônio Rodrigues Arzão, Bartolomeu Bueno de Siqueira, Antônio Dias de Oliveira, Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, Carlos Pedroso da Silveira, Tomé Portes Del Rei e outros, que descobriam ouro e se tornaram os fundadores dos povoados que deram origem às conhecidas “cidades históricas” de Minas Gerais: Ouro Preto, Mariana, São João Del Rei, Tiradentes e Caeté, entre outras.
É dessa época a fundação do Convento de Santa Clara, em Taubaté, datado de 1673 e que passou a ser muito importante no desenvolvimento local, através de suas atividades religiosas, educativas e assistenciais.
Foi um taubateano – o bandeirante Antônio Rodrigues Arzão – quem, em 1693, descobriu as primeiras amostras de ouro na região que mais tarde passaria a se chamar Minas Gerais. Em 1695 foi instalada em Taubaté uma das primeiras Casas de Fundição e Oficina dos Quintos Reais do Brasil, sendo nomeado seu diretor, outro bandeirante taubateano: Carlos Pedroso da Silveira.
Durante o século XVIII Taubaté tornou-se importante centro de abastecimento da região mineradora, produzindo gêneros alimentícios de primeira necessidade (feijão, farinha de mandioca e de milho, rapadura etc.) que eram transportados por tropas de animais cargueiros até a distante região mineradora.
Nessa mesma época foram construídas em Taubaté duas igrejas: Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora do Pilar, que ainda resistem ao tempo. A Capela de Nossa Senhora do Rosário foi construída entre 1700 e 1705, pela Irmandade dos Homens Pretos, e depois foi ampliada.
Em 1709, os paulistas e os taubateanos reuniram-se em Taubaté, sob o comando de Amador Bueno da Veiga, para juntos vingarem o massacre do “Capão da Traição”, praticado durante a Guerra dos Emboabas, pondo fim ao conhecido movimento nativista.
A Capela de Nossa Senhora do Pilar foi construída entre 1748 e 1760, por iniciativa do licenciado Timóteo Correa de Toledo, em terreno de sua propriedade localizado na esquina da atinga Rua dos Gil (Bispo Rodovalho) com a antiga Rua Direita (Visconde do Rio Branco).
A Inconfidência Mineira, em 1789, contava com a participação de vários taubateanos, todos da mesma família Toledo: o padre Carlos Correa de Toledo, que era pároco na Vila de São José Del Rei (atual cidade de Tiradentes), seu irmão, sargento-mor Luiz Vaz de Toledo, membro da milícia da Vila de São João Del Rei, o padre Bento Cortez de Toledo, irmão dos anteriores, além de dois sobrinhos: Claro José da Mota, que era o mensageiro entre os inconfidentes e seu irmão Félix José da Mota, todos eles arrolados nos “Autos da Devassa”, o processo contra os inconfidentes.
Na histórica viagem do Rio de Janeiro até São Paulo e Santos, em 1822, o Príncipe D. Pedro de Alcântara (futuro D. Pedro I) atravessou todo o Vale do Paraíba e pernoitou em diversas localidades, inclusive Taubaté, de 21 para 22 de agosto, levando em sua comitiva oito taubateanos que estiveram presentes no momento histórico da Proclamação da Independência, o “Grito do Ipiranga”. Vinte anos depois, em 1842, a Vila de São Francisco das Chagas de Taubaté foi elevada à categoria de cidade – a primeira do Vale do Paraíba a conquistar esta posição tendo seu nome simplificado para Taubaté; naquele mesmo ano, poucos meses depois, Taubaté teve importante participação nas Revoltas Liberais, de que resultou a vinda a Taubaté do Barão de Caxias, em campanha de “pacificação”. Nesse mesmo ano, a 17 de setembro, um incêndio destruiu, durante a madrugada, grande parte do Convento de Santa Clara, que levou muitos anos para ser reconstruído.
Em meados do século XIX, Taubaté destacou-se como centro produtor de café, com 86 fazendas produtoras. No período de 1865 a 1870, durante a Guerra contra o Paraguai, Taubaté contribuiu para o esforço de guerra, com subscrições em dinheiro e voluntários para as frentes de combate.
Em conseqüência da grande produção e comércio de café, Taubaté enriqueceu-se e desenvolveu-se com muita rapidez, beneficiando-se de muitos melhoramentos, entre os quais destacaram-se: o Mercado Municipal (1860), o primeiro jornal, que se chamava “O Taubateense” (1861), a Estrada de Ferro D. Pedro II (depois denominada Central do Brasil), em 1876; o Teatro São João (1878), o Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho (1879), bondes urbanos de tração animal (1881), iluminação a gás nas ruas (1884), abastecimento de água e empresa telefônica (1893); o primeiro grupo escolar, o Dr. Lopes Chaves (1902) e a rede de esgotos (1905), entre outros.
A 4 de março de 1888, a Câmara de Taubaté aprovou uma lei concedendo a liberdade aos 2.568 escravos existentes no município, antecipando-se em mais de dois meses à Lei Áurea, de 13 de Maio de 1888.
O pioneirismo industrial no Vale do Paraíba foi conquistado por Taubaté ainda no século XIX, em 1891, com a fundação da Companhia Taubaté Industrial (CTI) pelo empresário Félix Guisard e outros.
Em 1900, Taubaté foi o município que mais produziu café no Vale do Paraíba, sediando a 26 de fevereiro de 1906, o Convênio de Taubaté, para tratar de interesses da produção e comércio daquele produto.
Em 1908 foi criada a Diocese de Taubaté, a primeira diocese do Vale do Paraíba, criada pelo Papa Pio X, através da bula papal “Diocesium Nimiam Amplitufdinem”.
Em 1917, durante a I Guerra Mundial (1914-1918) dois jovens taubateanos, Aarão Areão e Florival de Toledo, seguiram para a frente de combate, como integrantes da Marinha de Guerra Brasileira.
Em 1932, Taubaté teve importante participação na Revolução Constitucionalista, enviando para a frente de combate o “Batalhão Jacques Félix”, entre outros.
Na década de 1940, Taubaté teve oportunidade de participar dos acontecimentos históricos que envolveram a nação brasileira, enviando para os campos de combate da Itália, dezenas de jovens taubateanos que integraram a Força Expedicionária Brasileira, durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945)
Em diferentes momentos de sua História, Taubaté tem se destacado em importantes acontecimentos sociais, políticos e econômicos do Vale do Paraíba, de São Paulo e do Brasil.
Hoje, Taubaté encontra-se perfeitamente integrada à realidade regional, recordando com muito orgulho, suas origens históricas de cidade antiga que muito tem contribuído para a História Nacional.
Antônio Carlos Argôllo Andrade é historiógrafo da Divisão de Museus, Patrimônio e Arquivo Histórico de Taubaté

TAUBATÉ NA HISTÓRIA NACIONAL – Resumo Histórico
By Antonio Carlos Argôllo Andrade é historiógrafo da Divisão de Museus
Publicado no Jornal O LINCE

RESUMO RÁPIDO DE TAUBATÉ:
Hoje Taubaté é um dos municípios brasileiro localizado no interior do estado de São Paulo, na região do Vale do Paraíba, a 130 km da capital do estado, São Paulo.
Tradicional município paulista, desempenhou papel importante na evolução histórica e econômica do país. No ciclo do ouro, foi núcleo irradiador de bandeirismo, descobrindo ouro em Minas Gerais, fundando diversas cidades. No Segundo Reinado, durante o surto cafeeiro do Vale do Paraíba, destacou-se como o município de maior produção na zona paulista, sediando o Convênio de Taubaté em 1906.[9] Destaca-se como cidade pioneira no Vale do Paraíba, pois foi a sua primeira vila oficial (o equivalente, hoje a município) em 1645, cabeça de comarca em 1832, cidade imperial em 1842, centro industrial em 1891 e diocese em 1906.[9]

A população de Taubaté, calculada segundo estimativa do IBGE para 1º de julho de 2016, era de 305 174 habitantes,[4] ocupando a décima posição dentre os municípios mais populosos do interior de São Paulo, sendo o 23º mais populoso município do estado. O produto interno bruto per capita do município em 2013 era de R$ 50 563,09 e PIB de 14,988 bilhões de reais. Wikipédia